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Foto do escritorAntonio Jose Silva

A ORIGEM ÉTNICA DE JESUS

26/12/2024


OS ILUSTRES PALESTINOS

Existe um debate antigo e ainda inconcluso entre historiadores sobre a real etnia de Jesus Cristo. Teria sido ele, bem como seus pais Maria e José, palestinos?

Belém é hoje uma cidade localizada na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, cerca de dez quilômetros ao sul de Jerusalém. Portanto, a resposta curta é: sim, Jesus era palestino, pelo menos de acordo com a geopolítica moderna.


"OS JUDIOS"

De acordo com o Novo Testamento, Jesus nasceu por volta de 4-6 AEC durante o reinado de Herodes, o Grande, em Belém. Belém era localizada em uma área então conhecida pelos romanos como Judeia – a terra de Judá, então ocupada pelo povo judeu (os “judios”).

O historiador romano Tácito foi o primeiro a mencionar a existência de Jesus como um judio, fora do Novo Testamento.


A IMAGEM ESTEREOTIPADA

Jesus brancão foi invenção de turcos e macedônios, que tinham igrejas retratando Cristo com olhos escuros, cabelos castanhos e pele mais clara que a dos palestinos. Isso rolou antes do Renascimento italiano, que popularizou um Jesus caucasiano e de olhos claros. É também resultado de um processo de colonização cultural europeia e de séculos de eurocentrismo.


A LONGA HISTÓRIA DA "PALESTINA"

O nome “Palestina” para essa região, no entanto, também tem uma longa história. Ele apareceu pela primeira vez no século 5 AEC, nos escritos do historiador grego Heródoto.

Ele escreveu sobre um “distrito da Síria, chamado Palaistinê”, entre o Egito e a Fenícia, uma região antiga que corresponde ao Líbano moderno, com partes adjacentes da Síria e de Israel modernos. Portanto, a terra (ou parte dela) foi chamada de “Palestina” pelos gregos antes de ser chamada de “Judeia” pelos romanos.


UMA REBELIÃO JUDAICA

O momento-chave na criação da Palestina foi logo após uma rebelião judaica contra o domínio romano na Judeia entre 132 e 135 EC, conhecida como a revolta de Bar Kokhba. Os judeus foram mortos, deslocados ou escravizados. Eles não retornariam à Palestina em grande número até depois da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado judeu de Israel foi criado.


E SE O PALESTINO JESUS VOLTASSE À TERRA?

Por certo, defenderia a mesma ideia central presente nas escrituras sagradas do cristianismo (e que, por ser tão simples, não é seguida como deveria). Não moraria no Leblon ou na região dos Jardins em São Paulo, e andaria ao lado dos mesmos párias com os quais andou, seria humilhado, xingado, surrado, marginalizado. Ele seria chamado de sem-teto, difamado nas redes sociais… Seria rotulado como comunista.


E POR FIM

Se ressurgisse na Faixa de Gaza, seria eliminado sumária e inapelavelmente por Nentanyahu. Se ousasse aparecer no sinédrio de hoje, receberia socos e pontapés dos autointitulados sacerdotes do Templo, supostos representantes dos interesses de Deus na Terra. E, ao final, seria jogado da ponte por truculentos e "justiceiros" policiais brasileiros.


EM TEMPO

Aqui me lembro de uma citação atribuída ao já falecido Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, certamente inspirado pelo judeu e palestino Jesus: "Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista".








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