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Foto do escritorAntonio Jose Silva

A ERA DO ESPÍRITO


16/10/2023


CRENÇA E FÉ

“A era do Espírito”, é como Harvey Cox chama o tempo ou a época em que atualmente vivemos na era cristã, fazendo frente a duas épocas anteriores: a primeira, a “Era da fé”, que remonta ao tempo de Jesus e dos primeiros discípulos e, a segunda, a “Era da crença”, quando os líderes da igreja passaram a formular programas de orientação aos neófitos, substituindo a fé em Jesus pelas crenças ou doutrinas a seu respeito.


“OS ESPIRITUAIS”

O processo de renovação do cristianismo através de movimentos de protesto que surgiram possivelmente de um cansaço em relação à religião (racionalista) dos dogmas, celebrando, em contrapartida, essa volátil e misteriosa expressão do divino que é a ação do Espírito Santo – sendo o movimento pentecostal e seus inúmeros derivados ainda talvez o mais claramente visível exemplo; e um movimento, paralelo a este, de pessoas que também não se identificam com esta religião institucionalizada, mas que querem se denominar como “espirituais”.


MULTIPLICIDADE DE SENTIDOS

A palavra espiritualidade tem se tornado cada vez mais polissêmica e pluralista. Segundo Harvey Cox, essa pluralização da espiritualidade se deve:

(a) porque ainda é uma forma de protesto, representando uma moção que cresce por todos os lugares contra as pressões e abusos da “religião”;

(b) porque representa uma tentativa de muitos em dar voz à reverência e maravilhamento diante da complexidade da natureza;

(c) porque reconhece as cada vez mais finas camadas de separação entre as diferentes tradições, e se fixa mais no presente e no futuro que no passado. Logo, é possível falar de vários discursos e práticas de espiritualidade.


O QUE ESTÁ ACONTECENDO ATUALMENTE?

Segundo o pastor batista e professor Harvey Cox: “O que está acontecendo é uma descentralização do sagrado para outras instituições: o esporte, os negócios, o ócio, o estilo... muitos dos elementos que antes estavam presentes nas instituições religiosas podem ser encontrados nestas formações supostamente “seculares”. Mas, não são “seculares” no sentido exato desse termo: ainda conservam uma qualidade “religiosa” ambígua.”


A FÉ TEM FUTURO?

“Sim, porque creio que os seres humanos são criaturas que por natureza buscam a fé, o significado, os valores, as narrativas. Buscamos isso – encontramo-lo de diferentes maneiras, em diferentes expressões –, mas a busca da fé em si não é algo que desaparecerá enquanto continuarmos sendo seres humanos.

Haverá diferentes expressões da fé. Por isso, como cristãos, temos que nos preparar para esta diversificação de diferentes caminhos. A fé em si, não obstante e sem dúvida, continuará.” Conclui Cox


UMA OPORTUNA E NECESSÁRIA REFERÊNCIA

Harvey Cox (1929, Pensilvânia) é um dos teólogos mais criativos, produtivos e respeitados do fim do século XX e início do XXI. De tradição batista, sua obra é lida e estudada por cristãos das mais variadas correntes denominacionais. Seu livro “A Cidade do Homem” tornou-se um clássico.

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