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  • Foto do escritorAntonio Jose Silva

02/10/2024


A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA

O existencialismo de Sartre está inteiramente estruturado no princípio filosófico de que no homem a existência precede a essência, e esta é construída através da liberdade responsável que o homem manifesta ao escolher sua própria vida. Em sua obra, Sartre não deu uma importância excessiva ao problema religioso, pois não estava preocupado em discutir acerca da existência ou não existência de Deus.


PROBLEMAS EXISTENCIAIS

O conceito “existencialismo” começou a ser usado depois da I Guerra Mundial, com a finalidade de designar um amplo movimento filosófico e teve repercussões em diferentes campos, dentre eles o artístico, o religioso, o ético e o social. É chamado de existencialismo porque seus grandes expoentes interessaram-se fundamentalmente pelo problema da existência humana. O existencialismo se ocupa dos problemas do homem, chamados “existenciais”, tais como o sentido da vida, da morte, da angústia, da dor etc. A definição mais clara sobre a concepção de homem em Sartre se dá em uma conferência por ele proferida primeiramente em Paris (1946), a qual depois foi repetida privadamente e intitulada O Existencialismo é um humanismo.


OS DOIS TIPOS

Há dois tipos de existencialismos: o cristão, no qual se destacam Jaspers, Gabriel Marcel e Kierkegaard; e o ateu, representado por Heidegger (embora ele mesmo não o considere) e o próprio Sartre. Tanto uma corrente como a outra comungam de um princípio fundamental: a existência.


AINDA SEGUNDO SARTRE

A essência do homem vem de suas escolhas. Quando ele é “jogado” no mundo não tem essência, ele é não-ser, ou seja, ausência de ser. Paulatinamente ele vai tomando consciência de sua existência e do grande desejo dele ser, mas ser é acabado, realizado. Caso o homem fosse isso ele seria uma coisa, ou seja ser Em-si. E diferente das coisas que são em si, ou seja, já estão prontas, dadas e acabadas como acontece com a pedra, a mesa e tantos outros. No homem acontece diferente, porque no momento em que ele é “jogado” no mundo ele começa a se construir, ou seja, o homem é uma eterna indeterminação.


ANGÚSTIA

O existencialismo chega a afirmar que o homem é angústia, mas não no sentido sombrio e triste da vida humana. Isso significa que, reconhecendo-se livre, ele percebe que não é apenas o que escolheu ser, mas também um legislador, que ao escolher escolhe também toda a humanidade. O indivíduo se angustia porque se vê numa situação em que tem de escolher sua vida, seu destino, sem buscar apoio ou orientação de ninguém (SARTRE, 1946: 8).


EXEMPLOS DE NÃO-EXISTENCIALISMO

Racionalismo - Doutrina que privilegia a razão dentre todas as faculdades humanas, considerando ela como fundamento de todo conhecimento possível, entende que a razão é capaz de conhecer a realidade e alcançar as verdades sobre a natureza das coisas.

Essencialismo - Doutrina filosófica que coloca o primado da essência sobre a existência, entendendo que todos os seres existentes possuem uma essência prévia que os define, acredita que há um ser ideal que vem antes do ser real.

Evolucionismo - Doutrina filosófica segundo a qual a evolução constitui a lei geral do seres (matéria, vida, espírito e sociedades), regendo tanto as ciências quanto a própria moral, entendendo estas em constante evolução.

Espiritualismo - Concepção que privilegia o espírito ou a alma, ao invés da matéria ou do corpo, entendendo que o espírito constitui uma natureza autônoma e de caráter mais puro e elevado, é também oposto ao materialismo.


FINALIZANDO

O homem sartreano é aquele que está por fazer-se, não tem valores que o precedem. Ao mesmo tempo em que Sartre parte do pressuposto de que Deus não existe, o homem é elevado de tal forma que se torna quase um “semideus”, auto-suficiente, capaz de criar sua própria essência.



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